The Truth About Soy Candles: Greenwashing, Sustainability, and Beeswax Alternatives

A verdade sobre velas de soja: greenwashing, sustentabilidade e alternativas de cera de abelha

Candace Martins

Nesta era de consciencialização ambiental, deparamo-nos frequentemente com produtos que afirmam incorporar sustentabilidade e virtude. Entre eles, as velas de soja ganharam popularidade e são elogiadas como uma alternativa "verde" às ​​​​velas de parafina derivadas do petróleo. No entanto, tal como acontece com tantas conveniências modernas, por detrás destas alegações existe uma realidade preocupante, que nos leva a questionar as narrativas que aceitamos e a procurar alternativas mais verdadeiras.

O problema da soja: o greenwashing na indústria da vela

O greenwashing é uma tática através da qual as indústrias ocultam as suas práticas nocivas com uma linguagem que acalma a consciência do consumidor. No contexto das velas, o greenwashing ocorre quando os fabricantes rotulam os seus produtos como "vegan", "naturais" ou "ecologicamente corretos" sem comprovar estas alegações.

Considere a soja, uma cultura cultivada não pelos agricultores, mas pelos mecanismos da agricultura industrial; no entanto, as velas de soja são comercializadas como sustentáveis ​​e não tóxicas, atraindo consumidores que procuram um impacto positivo na sua saúde e no planeta em geral. A agricultura da soja traz graves consequências ambientais e sociais:

  • Agricultura Industrial e Desflorestação: De acordo com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a produção de soja é uma das principais causas da desflorestação, especialmente na floresta da Amazónia. As monoculturas de grande escala destroem habitats, contribuem para a perda de biodiversidade e libertam enormes quantidades de dióxido de carbono para a atmosfera.

  • Processamento de alta energia: a cera de soja é derivada através de um processo de utilização intensiva de energia que envolve hidrogenação, que utiliza catalisadores químicos e gera uma pegada de carbono substancial.

  • Resíduos químicos : o cultivo da soja depende fortemente de pesticidas como o glifosato, um conhecido agente cancerígeno associado à Monsanto (hoje Bayer). Os resíduos destes produtos químicos podem persistir na cera e são libertados quando as velas são acesas.

  • Degradação do solo: o cultivo contínuo de soja esgota os nutrientes do solo, provocando erosão e diminuição da fertilidade.

  • Poluição da água: os pesticidas e fertilizantes contaminam os ecossistemas aquáticos, afetando as fontes de água potável para as comunidades locais e indígenas.

  • Perda de diversidade genética: as variedades de soja geneticamente uniformes são mais suscetíveis a doenças e requerem uma maior intervenção química.

  • Devastação Cultural para as Comunidades Indígenas: A expansão das monoculturas de soja leva frequentemente à desflorestação de terras tradicionalmente habitadas e geridas por comunidades indígenas. Esta deslocação provoca uma profunda devastação cultural, rompendo a sua ligação com as terras ancestrais, interrompendo as práticas tradicionais e erodindo o seu modo de vida. À medida que as florestas e os ecossistemas são destruídos, os povos indígenas perdem o acesso a recursos essenciais para a caça, a recoleção e a rituais e práticas culturais profundamente interligados com a sua identidade e sobrevivência.

    Para além da perda imediata de terras, esta destruição fragmenta gerações de conhecimento, tradições e relações com o mundo natural, levando a traumas geracionais incalculáveis. As consequências vão muito além da perda ambiental, gerando profundas dificuldades sociais, económicas e psicológicas que continuam a impactar as comunidades indígenas em todo o mundo.

  • Pressão económica sobre os pequenos agricultores: A ascensão do agronegócio da soja em grande escala leva frequentemente à deslocação dos pequenos agricultores. À medida que as operações industriais de soja se expandem, podem reduzir os preços de outras culturas nutritivas, dificultando a concorrência e a manutenção dos seus meios de subsistência por parte dos pequenos agricultores. Esta pressão económica pode levar os pequenos agricultores a perderem as suas terras ou a serem forçados a adoptar práticas agrícolas menos rentáveis ​​ou sustentáveis.

Além disso, considere estes insights críticos:

  • Produção global de soja por país:

Brasil: No ano comercial de 2023/2024, o Brasil é o maior produtor de soja, sendo responsável por aproximadamente 39% da produção global, com uma produção de 153 milhões de toneladas métricas.

Estados Unidos: Os EUA surgem logo a seguir, contribuindo com cerca de 29% para a produção global, totalizando 113,27 milhões de toneladas métricas no mesmo período.

Argentina: Ocupando a terceira posição, a Argentina produz cerca de 12% da soja mundial, totalizando 48,21 milhões de toneladas.

Coletivamente, estes três países são responsáveis ​​por aproximadamente 80% da produção global de soja.

  • Desflorestação e Uso da Terra: A expansão do cultivo da soja tem sido um fator significativo na desflorestação, especialmente no Brasil e na Argentina. No Brasil, vastas áreas da Floresta Amazónica e do Cerrado foram desmatadas para acomodar as explorações de soja. Esta desflorestação contribui para a perda de biodiversidade e liberta quantidades substanciais de dióxido de carbono para a atmosfera, agravando as alterações climáticas.

    Nos Estados Unidos, entre 2008 e 2012, mais de 7 milhões de acres de terras não cultivadas (principalmente pastagens) foram convertidas em terras agrícolas, principalmente para a produção de soja e milho. Esta alteração no uso da terra poderia ter libertado tanto CO₂ como 34 centrais termoelétricas a carvão a operar durante um ano inteiro.

  • Papel da Monsanto: A Monsanto (agora Bayer) e a utilização do glifosato: A Monsanto, adquirida pela Bayer em 2018, desenvolveu sementes de soja "Roundup Ready", geneticamente modificadas para tolerar o glifosato, o ingrediente ativo do herbicida Roundup. Esta inovação permitiu aos agricultores aplicar o herbicida para controlar as ervas daninhas sem prejudicar a cultura.

    No entanto, o glifosato tem sido objeto de extensos litígios devido a preocupações de saúde. Em agosto de 2018, um júri norte-americano condenou a Monsanto a pagar 289 milhões de dólares a um zelador de uma escola que alegou que o seu linfoma não Hodgkin foi causado pelo uso regular de Roundup. Este foi o primeiro processo a ir a julgamento por tais alegações.

    Desde então, a Bayer enfrentou inúmeros processos judiciais alegando que a exposição ao glifosato causa cancro. Até 2023, foram apresentadas cerca de 165.000 ações judiciais contra a Bayer, tendo a empresa fechado acordos em dezenas de milhares e concordado em pagar milhares de milhões em indemnizações. Apesar destes acordos, a Bayer continua a afirmar que o glifosato é seguro quando utilizado de acordo com as instruções, uma posição apoiada por várias agências reguladoras, incluindo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA.

A alternativa à cera de abelha: enraizada na ecologia e na reverência

Em contraste com as origens industriais da soja, a cera de abelha é uma dádiva da natureza, moldada por criaturas que trabalham em harmonia com o meio ambiente. É o excedente do trabalho da colmeia e transporta consigo a essência das flores e plantas de que é originária.

Quando queimada, a cera de abelha purifica o ar, produzindo iões negativos que neutralizam os poluentes e criam uma sensação de frescura e vitalidade. O seu aroma semelhante ao mel é suave e puro, um eco tranquilo dos campos e florestas de onde provém. A sua queima é mais longa, uniforme e brilhante do que as suas congéneres sintéticas.

Uma escolha enraizada na responsabilidade

Escolher cera de abelha é escolher um princípio, não apenas um produto. É afirmar que valorizamos a saúde da Terra acima das promessas de conveniência e que nos vemos como administradores e não como consumidores. É honrar o trabalho das abelhas e os ecossistemas que elas sustentam, reconhecer que a generosidade da Terra não é ilimitada e deve ser recebida com gratidão e cuidado.

Um Apelo ao Discernimento

Vivemos numa época em que somos bombardeados com escolhas que alegam estar alinhadas com os nossos valores. No entanto, é da nossa responsabilidade olhar mais profundamente, questionar as narrativas que nos são contadas e considerar as consequências mais amplas das nossas ações. As velas de soja podem carregar o brilho da sustentabilidade, mas a realidade da sua produção conta uma história diferente.

A questão, então, não é apenas o que iluminaremos, mas que tipo de mundo desejamos iluminar. Continuaremos a aceitar as falsas promessas de conveniência ou escolheremos algo mais lento, mais verdadeiro e mais duradouro? A escolha é nossa, mas que seja feita com cuidado, com reverência e com um olhar virado para as gerações vindouras.

Que tipo de mundo deseja iluminar?

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